Presença de livreiros, sebos e editoras independentes de Belém.
Em Belém, os livreiros e sebistas cumprem um importante papel na manutenção da cultura literária, uma vez que com seu trabalho a democratização do acesso aos livros, possibilitado pela circulação de obras com valores acessíveis a uma parcela da sociedade excluída geograficamente, economicamente e socialmente dos espaços das grandes livrarias. Nos sebos também é possível fazer a troca e venda de obras literárias, peças de antiquário, Cd’s, DVD’s, vinis e gibis.
O baixo custo das obras é apenas um dos atrativos dos sebos. Seu público é formado por leitores de diferentes perfis, dentre eles colecionadores, pesquisadores, bibliófilos, pessoas que buscam obras que estão fora de circulação e “garimpadores” de obras raras. Em vista disso, os sebistas representam, segundo o jornalista e editor Felipe Lindoso, o papel de guardiães da “memória editorial do país”. Dentre as obras mais procuradas nos sebos estão os clássicos da literatura mundial e nacional, livros de filosofia, sociologia e arte.
Muitos livreiros são também escritores, e é comum que eles atuem em outros campos artísticos, como, por exemplo, a música. Suas atividades literárias coexistem com a organização de shows e saraus de poesia, realizados, muitas vezes, no próprio espaço do sebo.
Livreiros e sebistas autônomos, assim como os escritores independentes, são interlocutores importantes para o projeto Mão&Obra, uma vez que a atividade de ambos movimenta um mercado que o setor editorial tradicional não comporta.
Com pouco ou nenhum incentivo governamental, livreiros e escritores independentes tomam para si a missão de atuar como fomentadores da cultura literária dentro circuitos independentes da capital paraense.
Texto: Évora Borges
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